Letter - to someone you don't talk as much as you'd like
Relembro-te com uma certa nostalgia. Com uma saudade meia cómica no olhar que me envolve o vácuo em plásticos de afecto e muda o meu tom de voz sempre que me é permitido falar de ti. Deixei que o amor deixa-se de nos tingir as palavras. Descolei a tua alma da minha e perdi-te inteiramente. Tornar-se-ia cansativo e repetitivo pedir-te desculpa por toda a dor que te causei. E ainda mais, agora que conheço de cor cada traço e aresta dessa dor que carregas-te durante bastante tempo, sei, que pedidos de desculpa não apagam memórias turvas. Queria poder dizer-te que gosto muito de ti sem ser interpretada mal. Uma das coisas que aprendi contigo é que quando os laços de amor se quebram ou são quebrados passa-mos a nutrir um gosto especial por essa pessoa. O nosso amor foi-se num piscar de olhos sem que o pudesse-mos enfeitar e sentir-lhe o verdadeiro gosto. Agarra-lo e prende-lo a nós para sempre. Foi amor, não sei se do verdadeiro, mas tocou-me no coração, desgastou-me a alma e depois escorregou-me por entre os dedos como manteiga. Agora ficam as lembranças e o desejo de um dia ainda te puder olhar nos olhos. Nunca o fiz. E esta foi mais uma das coisas que me ensinas-te. Não é preciso ver com os olhos para amar. Basta ver com o coração. E foi assim que eu te vi. Com todo o meu coração.
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