Pediste-me vezes infinitas para te esquecer. E eu acho que sinceramente nunca tentei. Tinha medo de perder as nossas memórias. Mas hoje, sei que o que vivemos nunca esquecerei. Desde o nosso primeiro beijo ao último. Desde as vezes que choramos juntos, e das vezes que rimos juntos. Da tua mão na minha, do teu braço no meu pescoço. Ainda gosto muito de ti. Não sei se te amo, mas sei que ainda penso em ti. Já não há uma música que me faça lembrar de tudo o que vivemos. Mas a noite faz. Ainda é o teu cheiro que me corrói o corpo, ainda é o teu corpo que imagino ali ao meu lado.E são as nossas memórias que me aquecem... Pensava que já não me eras nada. Mas quando te vi, na terça, com a mesma camisola de quando demos o nosso primeiro beijo, não me consegui conter. Talvez me tenhas visto a chorar, talvez tenhas reparado no meu cabelo que está maior e tu gostavas tanto, ou no meu novo jeito. A dor mudou-me. Ainda que me sinta fraca, já não sou a criança que fui. Sei que gosto de ti. Se não gostasse, o frio da nostalgia não me tinha invadido o coração quando passas-te à minha frente. Sei também que não quero a tua amizade nem o teu amor de novo. Não te quero sequer. Espero que sejas feliz. Espero que ames alguém de verdade, porque acho que ainda não conheces-te esse sentimento. Sei que me amas-te, mas não tanto como eu te amei a ti. Já não me arrependo de não me ter entregue de corpo e alma. Um dia irei fazelo. Mas não para já. Porque cuidar não é o significado de amar. Pelo menos no meu dicionário. Passou-se rapidamente um ano desde que masoquista era tudo o que alguém me poderia chamar. Sei que o fui. Mas quem nunca o foi? Desejo que sejas feliz. E espero encontrar alguém que me o faça tão feliz como tu me fizeste quando começamos a namorar. Espero. A vida é feita de esperas. E no fundo, no fundo do meu coração eu ainda espero por ti. Não o digo a ninguém. Nem a mim.